Não é real, porém passa
Tortura é a palavra certa. Este ano comprovou as previsões astrológicas. Mas a tortura trouxe belas reflexões, e hoje tenho certeza de que não fui esperada no meu nascimento; minha chegada foi um grande susto. Sei que minha mãe e meu pai me amam muito, mas também sei que não estavam preparados para ter outro filho naquela época. No entanto, ficaram animados com a ideia de que seria um menino. Meu pai, porém, se decepcionou ao descobrir que eu era uma menina, já que os médicos haviam errado o sexo nos exames.
No meu aniversário de 29 anos, passei por duas situações que me levaram a refletir ainda mais sobre os traumas da infância. Eu e minha irmã discutimos porque eu acreditava que minha mãe não havia falhado em nossa criação quando éramos crianças. Segundo minha irmã, porém, ela não se sentiu acolhida por nossos pais após a separação. Para mim, nossa mãe sempre nos deu suporte, afinal, engravidou pela primeira vez aos 13 anos e, desde então, fez o seu melhor para nos criar. Meu pai, por outro lado, ainda tentava se encontrar devido aos próprios traumas de vida.
No dia seguinte ao meu aniversário, em 25 de janeiro de 2025, algo aconteceu na casa da minha mãe que me deixou chateada. Estávamos lá com minha família e a família da minha irmã. Após o almoço, minha mãe nos deu um "osso da sorte" e disse para fazermos um pedido antes de puxá-lo. Quem ficasse com a parte maior teria seu desejo realizado. Eu fiquei com a parte maior. Minha mãe olhou para nós e comentou: "Ah, é só um osso". Em seguida, disse a minha irmã: "Seus sonhos também vão se realizar, filha". Minha irmã, então, olhou para mim e disse: "BB, é o seu aniversário, você merece a sorte". Naquele instante, senti que minha mãe esperava que minha irmã ganhasse. Antes mesmo de tentar a sorte, no fundo, eu já sabia que passaria por aquela situação.
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