Minha Blue Morpho atravessou o outro lado do rio e percebeu que não havia mais ninguém.
Só então ela entendeu que sua iridescência não a salvaria da solidão.
Como posso ter me enganado por tanto tempo? Tempos que não voltam, deixando apenas marcas, Marcas em pessoas que nada tinham a ver, Mas que, de fato, eram inocentes dos meus delírios. Eu as condenava, acreditando serem inimigas, Mas somente elas demonstravam ser amigas. Enquanto no meu mundo encantado de Bob eu vivia, Injustiçada e maltratada — mas tudo era mentira. Meu ego manipulava e causava intrigas, Intrigas silenciosas que, com o passar do tempo, Aprofundaram feridas naqueles que menos mereciam.
Eu me culpo pelo peso. O peso de fazer menos, De dançar menos, De sentir pouco e escrever apenas às vezes. De expor tão pouco, mas sentir tudo, sem explorar. Sinto o peso de amar todas as coisas e, ainda assim, me afastar. E agora... sinto uma vontade gigantesca de desbravar.
É possível flertar com as palavras? As palavras são mais reais que os próprios seres humanos que tentam imitá-las. A verdade dita liberta mais do que a ação, Pois agir talvez seja apenas um delírio da nossa imaginação. Falar, então, é a vida provando que existimos, E que permanecemos para pronunciá-las. Por isso, quero namorá-las eternamente.
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